Concluído o processo eleitoral em nosso país, Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, foi eleito pela terceira vez, presidente da República Federativa do Brasil com 50,90% dos votos válidos (até a conclusão deste artigo, havia 99,99% das urnas apuradas). Ou seja, com cerca de 28% da população total do país, considerando que, segundo o site do IBGE, o Brasil já possui uma estimativa de mais de 215 milhões de brasileiros.
Mesmo considerando a polarização entre bolsonaristas e lulistas, que deve, penso eu, produzir ainda diversos embates, o resultado das urnas deve ser respeitado. Deve ser respeitado, porque, a democracia, dita, defendida pelos dois lados, só acontece desta forma: quando o lado que obteve mais votos, tome posse, recebe a devida oposição ao seu governo, na medida certa, sem exageros, e visando o bem de todos, não apenas de seus eleitores com o já conhecido fisiologismo político, governe com equidade. Lula afirmou que assim o fará. Tarcísio, governador eleito em São Paulo pelo Republicanos, também assim o disse. Mas como partilhei com um amigo, sou um tanto pessimista, porque, nunca vi nenhum eleito, no discurso da vitória, afirmar que, ao tomar posse, com o poder nas mãos, irá tumultuar o ambiente político.
A meu ver, foi uma campanha patética. Em todos os aspectos e em todos os lados. Sem apresentação de propostas palpáveis, concretas, sem um debate de qualidade, muito pelo contrário. As campanhas se preocuparam mais em menosprezar a pessoa do outro, em seu caráter, em seu comportamento, em sua moral, enfim, tentaram conquistar votos fazendo com que o eleitor pegasse ranço do candidato adversário. Nesse "parquinho", penso que Bolsonaro se deu mal, jogou no campo do adversário. A esquerda promove bem a luta de classes, e segue fiel à observação de um ensinamento atribuído a Lênin: "Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é!". Não que Bolsonaro seja um poço de candura. Já afirmei em outro artigo, e repito, uma frase que Romário usou em relação a Pelé e que cabe bem a Bolsonaro: "Ele calado é um poeta." O temperamento explosivo, unido a liberdade de fala, jogando no campo do adversário, não poderia render grande coisa.
Bom, temos um presidente eleito, e o pensamento de que "não votei nele, não é meu presidente" não auxilia em nada. Ele foi eleito e não foi com meu voto. Mas ele será meu presidente a partir de 1º de janeiro. Será também teu, que votou nulo, branco, ou foi mais omisso ainda e se absteve. Dentro do processo democrático, vocês tiveram seus direitos garantidos. Agora, dizer que por não ter votado em Bolsonaro ou em Lula, te faz livre de culpa, e você não reconheceria qualquer que fosse o eleito como seu presidente, francamente, você não tem formado juízo algum do que seja democracia. Gostando ou não, temos um eleito e ele tentará implantar sua visão de governo. Todos nós, quem votou nele, quem votou em Bolsonaro ou quem não votou em nenhum dos dois será governado por ele. Não desejava de forma alguma um governo socialista, já afirmei: tenho asco por esse pensamento que não respeita a meritocracia. Agora me cabe cobrar se julgar haver algum erro do governo, mas também aplaudir os possíveis acertos. Isso é democracia! Tentar promover uma política de "quanto pior, melhor", para promover desequilíbrio no governo, não afetará apenas os eleitores de Lula, mas a todos nós. Há não ser, que você pense em residir em outro país.
Com a eleição garantida, breve Lula deve começar a anunciar seus ministros. Já poderemos ter uma dedução do que virá pela frente. Cabe a todos nós trabalharmos pelo bem do país, sem oposição cega, sem intrigas, mas visando o bem comum de todos. Ou erradicamos essa polarização, ou serão tempos sombrios, uma vez que a "lei de Murphy" afirma: "Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível". Como cristão, prefiro abençoar o governo que se iniciará, tanto presidente, como governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Encontramos na Bíblia uma exortação de São Paulo: "Em tudo dai graças" (I Tes 5, 18). Então não é hora de lamentações, mas, de acreditar que podemos transformar realidades. O Brasil, só poderá crescer ainda mais, se cada um fazer sua parte, menosprezando o famoso "jeitinho brasileiro" de querer levar vantagem em tudo, mais conhecido com a "Lei de Gerson".
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