Em entrevista à nossa reportagem, o responsável pela pasta da Saúde em Colômbia, Adileu Storti, explicou que o avanço da dengue deixou o serviço de saúde local em alerta máximo. Após alguns anos com índices bem baixos, foi verificado que a situação neste ano está diferente e idêntica aos demais municípios do Brasil. Segundo o secretário, o que chama atenção é que São Paulo está sendo o estado com o maior número de cidades com incidência considerada alta, seguido por Minas Gerais e depois Goiás.
Nos registros do Serviço de Vigilância em Saúde Municipal até o dia 13 de maio, Colômbia conta 188 notificações, com 41 casos positivos e dois destes casos com sinais de alarme. Ainda estão em investigação 102 casos, com 13 tendo resultados inconclusivos e 32 sendo descartados. Porém, ele alerta que o número de casos positivos pode ser maior, visto que o estado, por meio do Instituto Adolfo Lutz, não está conseguindo atender à demanda pelos resultados a partir de amostras enviadas em fevereiro e ainda não analisados???, comentou Adileu.
Outra situação colocada pelo entrevistado é que, de acordo com as Diretrizes para a Prevenção e Controle das Arboviroses Urbanas no Estado de São Paulo, o acompanhamento da situação epidemiológica de dengue é realizado por meio de tendências temporais que possibilitam o monitoramento da situação no município. Adileu aponta que Colômbia atingiu os 20% da incidência estabelecido para o seu porte populacional, resultando na suspensão pelo estado da realização dos exames de sangue (sorologia) para confirmar ou não os possíveis casos da doença. Isto significa que não se colhe mais exames no município e, se o morador apresentar dois sintomas ou mais da dengue, é fechado o caso como positivo, clínica e epidemiologicamente.
Storti se mostra preocupado com este método das autoridades estaduais, pois isto pode criar uma falsa epidemia. ???Como os sintomas de gripe, dengue, zika vírus e chikungunya são idênticos, não se fazer o exame pode estar registrando um tipo de doença que, na verdade, pode ser outra. Somente os exames de sorologia poderiam estar detectando qual doença seria.???
Questionado pela nossa reportagem sobre quais as medidas adotadas pelo município em questão do cuidado e da prevenção, tivemos como resposta que a equipe municipal de controle de vetores não para, trabalhando diariamente e durante o ano todo na conscientização, visitas de casa a casa, bloqueios e nebulização. ???A proliferação do mosquito transmissor da dengue é rápida e os cuidados com a prevenção ainda são a forma mais eficaz para o controle da doença???, recomendou.
Com a ocorrência de muitas chuvas em um curto espaço de tempo, o risco aumenta, segundo explica Storti. ???Um chuvisqueiro que seja pode ajudar em muito a propagar o vírus. A fêmea do mosquito é tão esperta que deposita seus ovos em lugares inimagináveis, qualquer reservatório, por menor que seja, em um cantinho do quintal, sem a devida tampa, os ovos certamente serão depositados, as larvas se desenvolverão e o mosquito estará pronto para ir em busca de alimento, no caso o seu sangue. Se o mosquito estiver contaminado, com certeza terá dengue.???
O secretário adianta que um criadouro pode existir em qualquer lugar e basta que o Aedes aegypti encontre condições propícias à procriação. Ele recomenda verificar acumulo de água nas plantas, nos vasinhos, pratinhos de flores, tampinhas de garrafa, caixas d???água, calhas e etc., que são os principais focos da dengue e podem ser encontrados em quase todos esses lugares.
A transmissão da doença ocorre com rapidez e uma pessoa portadora do vírus, aos ser picada por um mosquito, infecta o inseto, que, por sua vez, contamina outra pessoa, fechando o ciclo. ???Como os imóveis residenciais são bem apropriados para o depósito dos ovos do mosquito da dengue, a sociedade tem papel fundamental no auxílio às inciativas de combate à doença. Não basta somente o Poder Público agir. Cada morador tem de se colocar como fiscal e ser responsável pela prevenção, controle da doença, limpeza de seu quintal e imóvel,??? finalizou Storti.