O acusado de latrocínio e ocultação de cadáver, Leonardo Silva, de 18 anos, detalhou como foi o crime formalmente em depoimento para a Polícia Civil. Ele foi preso na manhã de quinta-feira, dia 3, em um posto de combustível, em Frutal, após investigações da Delegacia de Investigações Gerais – DIG que apontaram Leonardo como autor do latrocínio de Nilza Maria Aparecida Costa Pingoud, de 62 anos, no Los Angeles, em Barretos.
Em entrevista, o delegado Rafael Faria Domingo contou como foi o depoimento e a versão do suspeito. Conforme o delegado, a vítima confessou e assumiu o crime por vingança e sem demonstrar nenhum arrependimento, revelou que a vítima foi morta na manhã do dia 24 de julho.
"Ele confessou os fatos, informou que esteve na casa na madrugada do dia 23 para o dia 24, segunda-feira, permaneceu num quarto aguardando a vítima acordar. Quando a vítima acordou, ela foi até esse quarto, que usava para cuidar dos cachorros. Agachou para pegar uma coisa, e o Leonardo então puxou o pescoço dela com o fio de um cortador de grama, asfixiando-a, e ela vindo a óbito imediatamente. Depois disso, ele teria colocado o corpo dela num baú, existente ali no quarto, teria durante quatro dias cavado uma cova. E colocado o corpo dela na cova, possivelmente na quinta-feira (27). Nós estivemos na casa, depois do interrogatório dele, fizemos apreensão das ferramentas que ele utilizou para fazer a escavação e desse cortador de grama com o fio utilizado para asfixiar a vítima", disse o delegado Rafael.
O autor chegou a comprar uma pá, além de cal e cimento para jogar no corpo. Com a confissão do rapaz, a polícia descartou então que o rapaz tenha matado Nilza dormindo.
"Ele tinha uma enxada com a qual estava cavando essa cova, porém, como o cabo da enxada acabou quebrando, ele ligou numa loja de materiais para construção e comprou uma pá, além de saco de cal e cimento, porque ele imaginava que jogando cal e cimento no corpo, ele se decomporia mais rápido", confirmou.
Quando perguntado sobre a motivação do crime, o autor revelou que se tratava de vingança.
"Segundo ele, a motivação seria vingança, porque essa senhora o teria convidado para trabalhar e morar na casa, e ele tinha abandonado outro emprego para fazer isso. Como não tinha dado certo esse serviço doméstico por ele prestado, ela o dispensou. Ele ficou sem emprego e teve que voltar para casa. Nós não acreditamos nisso, acreditamos que a motivação seja efetivamente para realizar os gastos que ele fez relacionados à conta bancária dela", contou o delegado.
Segundo o delegado, Leonardo teria usado aproximadamente R$ 50 mil, alugando apartamento, comprando uma motocicleta nova, roupas, comprando eletrodomésticos para a casa da mãe dele na cidade de Planura.
A Polícia Civil agora deverá pedir ao Poder Judiciário pela prisão preventiva do autor, que deverá responder pelos crimes de latrocínio e ocultação de cadáver. "Com o término das investigações, a gente deve representar ao Judiciário pela prisão preventiva dele. Ele está sendo indiciado pelo latrocínio e pela ocultação de cadáver, podendo aí, se somada as penas máximas, chegar a uma pena de 33 anos de prisão", concluiu.