No assentamento Luiz Gustavo Henrique, na Fazenda Colômbia Ãgua Fria, têm surgido relatos de conflitos internos, com pelo menos três casos registrados de ameaças de morte, envolvendo inclusive um policial militar aposentado.
Uma das vítimas, que reside no assentamento há duas décadas, compareceu à delegacia para relatar a tensão crescente na comunidade. Segundo ele, os conflitos ganharam força após a visita da superintendente Regional do INCRA, uma vez que alguns moradores arrendaram terras que ainda não foram oficialmente distribuídas. A superintendente ressaltou a proibição de divisão de lotes e arrendamentos, pois o processo de seleção das famílias está em andamento.
A vítima alegou estar sendo ameaçada de morte por um policial militar aposentado, que chegou a exibir uma arma de fogo como forma de intimidação, alegadamente em desacordo com as orientações do INCRA. Dois outros moradores foram testemunhas desse incidente.
Outra vítima, que também está sendo alvo das ações do mesmo acusado, relatou que reside no acampamento há doze anos. Nos últimos dias, o policial militar aposentado, que faz parte da diretoria do assentamento, tem perseguido algumas pessoas. Essa vítima afirmou que o suspeito o abordou e, segundo o relato, levantou a camisa para mostrar uma arma de fogo, proferindo ameaças: "Vá lá, seu idiota, mexer nas minhas terras, seu inútil."
Segundo o relato da vítima, o suspeito acredita que as pessoas intimidadas são responsáveis pela visita da representante do INCRA.
O terceiro incidente envolve uma vítima, que estava acompanhada de uma testemunha, quando um suspeito de 52 anos chegou, bateu na mesa, jogou pertences da vítima no chão e a ameaçou de morte. A vítima estranhou o fato de o suspeito não possuir uma residência no acampamento.
Durante sua visita a Colômbia, a superintendente do INCRA informou estar ciente dos conflitos internos que ocorrem no assentamento, mesmo antes de sua visita à fazenda.