Incêndio de grandes proporções atinge fazenda próxima à área urbana de Colômbia

Um incêndio de grandes proporções atingiu a Fazenda Colômbia, localizada próxima ao perímetro urbano de Colômbia, na segunda-feira, 29. A área afetada pertence ao INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e é de responsabilidade do Governo Federal. O combate às chamas foi realizado por uma equipe da Prefeitura de Colômbia, utilizando um caminhão pipa, sob coordenação da Defesa Civil Municipal.

De acordo com Maria Inácia Macedo Freitas, coordenadora da Defesa Civil, o incêndio foi inicialmente controlado, mas voltou a ocorrer durante a madrugada, colocando em risco o barracão de reciclagem e uma área industrial localizado nas proximidades. "O incêndio foi combatido num primeiro momento e depois retornou e, ele persistiu durante toda a madrugada. Ficamos até tarde no local para tentar conter as chamas e evitar que o incêndio se alastrasse para o lado do barracão da reciclagem. Voltamos no outro dia pela manhã, visto que o incêndio retomou em direção ao barracão e fizemos a limpeza," explicou a coordenadora.

A equipe municipal utilizou máquinas para realizar a limpeza da área e a construção de aceiros, além de remover espécies de vegetação exótica. "Fizemos a limpeza, visto que se trata de uma área extremamente perigosa e propensa a incêndios," completou a coordenadora. Ela destacou que, apenas no mês de julho, foram registrados vários focos de incêndio, nos dias 14 a 16, 27, e novamente entre 29 e 30. A Polícia Militar esteve no local e a situação foi acompanhada pelo prefeito Julio Cesar dos Santos (Tuta).

Maria Inácia informou que ainda não se sabe a causa exata do incêndio, mas ressaltou os perigos do clima seco, baixa umidade relativa do ar e ventos fortes, que agravam a situação. "É um ano muito seco, já vamos para três meses sem chuva em nossa região, o que agrava muito a situação. Somos a região mais seca do estado, com baixa umidade relativa do ar e ventos de 30 km/h. Nesse período de agosto, ficamos em alerta todos os anos. Com toda essa seca, vem o fogo. As pessoas não têm cuidado, geralmente ocorrem incêndios por bitucas de cigarros ou objetos de vidro jogados no mato e outros descuidos," esclareceu.

A Fazenda Colômbia, uma área de 1900 hectares, é composta por zonas de preservação permanente, matas e áreas próximas ao Rio Grande. Além disso, há quatro núcleos de famílias acampadas, o que complica ainda mais a situação. "As famílias não conseguem cultivar em toda a fazenda, então a área está abandonada, com vegetação seca, incluindo colonião e sorgo não colhido, o que a torna uma verdadeira pólvora. A fazenda está queimando constantemente, desde o dia 15 de julho. A prefeitura, sozinha, não consegue apagar todos esses focos," destacou.

Maria Inácia também enfatizou os riscos para a população, mencionando que a cidade ficou coberta por fumaça, afetando a saúde dos moradores e das famílias acampadas, especialmente crianças e idosos.

"A fazenda está às margens do rio e ainda possui uma rodovia que corta toda sua extensão, com risco sério de acidentes em razão da fumaça, contando apenas com o apoio do DER para sinalização da via." Ela pediu apoio urgente do Ministério Público Federal e do Governo Federal para intervir e resolver a situação. "Precisamos de ajuda do Ministério Público Federal, do Governo Federal, para intervir e resolver de vez essa situação. A responsabilidade acaba ficando para o município, que não consegue tomar conta de uma área tão extensa," disse.

A Usina Raizen realizará uma carreata no município no dia 2 de agosto, às 8 horas da manhã, promovendo uma campanha de prevenção contra incêndios.