A Polícia Civil encontrou uma ossada durante novas escavações realizadas nesta sexta-feira (13) para encontrar o corpo de Régis Custódio de Oliveira no município de Terra Roxa (SP). Segundo a mãe do rapaz, ela matou o filho em 2012 com uma facada no pescoço e afirma que era violentado pelo jovem, o que motivou o crime, Suzi Amâncio Vieira confessou o crime em abril de 2016 e policiais encontraram ossos no quintal da mulher na época do crime. Um laudo do IML apontou, entretanto, que o material não era humano e sim de um cão.
“O laudo do IML está mostrando que os fragmentos de ossos não são de um ser humano, são ossos de cachorro. Com isso a gente teve que fazer outras diligências para tentar esclarecer o que está acontecendo” disse o delegado Emerson Abade.
Na manhã desta sexta-feira 13, os policiais realizaram um novo mapeamento da área, assim como um estudo, e conseguiram localizar ossos que aparentam ser humanos próximo de uma região onde antes havia um abacateiro.
“Fizemos um estudo do relevo para saber a parte da terra que havia sido revolvida, ou não, e nós limitamos o local com a maior possibilidade de encontrar com base nas informações e na reconstituição do espaço existente daquela época porque havia um pé de abacate ali na região e ela o tomava como referência para nos informar onde estariam os restos mortais do filho dela”, explica o delegado.
Um desenho da região foi criado pelos profissionais e apresentado à mãe de Régis. A partir do esboço, ela apontou onde teria deixado o corpo de seu filho e novas escavações foram efetuadas. Assim que começaram os trabalhos, os policiais encontraram diversos ossos de tamanho similar aos de uma pessoa adulta.
“Usando a técnica do quadrante nós conseguimos chegar logo de início no ponto onde os ossos estavam após o calculo que fizemos. Agora nós temos a certeza, praticamente a certeza, de que o corpo do Régis estava naquele local, mas ainda dependemos do resultado do exame de DNA. Em primeiro momento, esses ossos, que são relativamente grandes, passarão pelo exame antropológico e posteriormente vai ser feito o exame de DNA com material genético da mãe e aí teremos certeza da identidade do rapaz e trabalharemos no sentido de definir exatamente de que forma esse crime ocorreu, se confirma com o que ela está falando”.
Apesar disso, nem todos os ossos foram localizados e o delegado afirma que Suzi disse ter ateado fogo em alguns deles antes de se desfazer dos mesmos no lixo levado pelo serviço de coleta da cidade. A nova descoberta auxiliará as equipes a checar tudo o que a mãe de Régis já afirmou durante depoimentos prestados nos últimos nove meses.
“Temos que explorar o momento em que ela disse ter matado o filho, que seria o momento em que ele entrou com a faca no banheiro. Nesse momento a gente ainda tem três versões distintas e precisamos definir de que forma se deu essa morte”, conclui.
Alguns ossos também aparentavam ter sido partidos ou serrados por algum objeto cortante e um novo laudo do IML deverá esclarecer de que forma os restos mortais de Régis foram tratados antes e depois de serem enterrados.
"Esses ossos foram recolhidos, serão lacrados e enviados para o Instituto Médico Legal. No IML a gente faz o reconhecimento desses ossos porque precisamos fazer a identificação para descobrir se de fato esses ossos pertencem à pessoa que a gente acha que deve pertencer. Como falta a cabeça e não temos os dentes, uma das técnicas que utilizamos é o DNA", finaliza o perito criminal Mauro Masili.
Confissão
A lavradora de 52 anos procurou a Polícia Civil em 12 de abril para confessar que matou o próprio filho, queimou os ossos e enterrou os restos mortais no quintal de casa há quatro anos em Terra Roxa.
A mulher disse ter cometido o crime em 9 de maio de 2012, quando tomava banho e foi surpreendida pelo jovem no banheiro com uma faca.
Suzy disse que era constantemente estuprada pelo jovem de 24 anos e que nunca tinha registrado boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do filho, porque havia contado a familiares que o rapaz estava viajando.
Durante escavação, investigadores encontraram fragmentos de ossos e dois dentes, além de pedaços de tecidos, que seriam das roupas usadas pelo rapaz. Os restos mortais foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para análise.
Abade contou que a lavradora disse ter matado o filho com uma facada no pescoço dentro do banheiro, quando ele tentou estuprá-la. Em seguida, embalou o corpo em um cobertor e enterrou no quintal. Três meses depois, a mulher desenterrou e queimou os ossos também nos fundos da residência.
O delegado afirmou ainda que o jovem tinha antecedentes criminais e, de acordo com o relato da mãe, era usuário de drogas e misturava medicamentos controlados com bebidas alcoólicas, o que o deixava agressivo.
Suzi Amâncio Vieira diz que não se arrepende de ter matado o filho e que não enterrou um animal: "Pode acontecer o que acontecer, pode vir o que vier, estou aliviada. Aquele sentimento por quatro anos, que eu guardei, eu coloquei para fora e estou aliviada. Não importa o que venha agora", declarou.