Com seu jeito humilde, Ronaldo Moura, repórter da TV Clube / Bandeirantes chega com sua câmera no ombro nas ocorrências policiais e de salvamento. Um dos melhores lugares para um repórter viver sua vida profissional é na rua, lugar este onde Moura passa boa parte do dia.
Trabalho esse que começou em 2009. Ele conta que já sofreu ameaças em momentos de tensão e por isso é preciso estar sempre atento. “Tive casos no qual fui agredido, onde posteriormente o agressor foi condenado na justiça. O trabalho é arriscado porque você está na linha de frente, junto com os policiais”, afirma. Alguns dissabores também já passaram pela vida do repórter, que foi agredido em uma ocorrência banal. “Lembro-me de uma ocorrência que a princípio era simples se comparado a outras mais perigosas”, relata. A agressão aconteceu em um acidente de trânsito feito por um familiar da vítima que não queria que filmasse.
EMOÇÃO
O nascimento de uma criança é uma das ocorrências que Moura acredita ser emocionante. “Acompanho junto ao Corpo de Bombeiros e SAMU os partos, no qual não dá tempo de uma grávida chegar ao hospital e nasce com a gente na ambulância. É uma ocorrência muito gostosa de fazer e dá uma alegria muito grande”, disse.
RELAÇÃO
Ao longo destes anos a relação com a polícia militar, com o corpo de bombeiros e com o SAMU ficou estreita. “A gente tem um entrosamento muito bom e estamos sempre em contato. Procuro aprender com eles, pois neste trabalho de risco você precisa ter algumas cautelas, pois se eu for ferido numa ocorrência, o policial acaba responsabilizado e por isso não quero prejudica-los. Sempre que há treinamentos no Batalhão, estou com eles para aprender. ”
REPÓRTER
“Um pouco do perfil adquiri com o jornalista Aquino José que também me emprestou o “Manual do repórter policial”. A maioria das emissoras de televisão sobrevive das informações policiais, mas não possui um repórter especializado na área policial e acredito que é um erro muito grande, por conta de riscos. “Temos colegas que morreram em trabalho porque levaram um tiro. O jornalista dessa área precisa ser mais policial do que repórter. O repórter policial tem que saber como é o trabalho da polícia, senão acaba atrapalhando a ocorrência que poderia ter êxito. Na maioria dos casos o repórter sai correndo para pegar a imagem na hora que acontece e aí é preciso ter muita cautela na direção”, comenta. Moura conta que foi preciso se profissionalizar para acompanhar as ocorrências diárias. “Há lugares em que se corre o risco de disparo de arma de fogo e tiroteio”, afirma.
(Igor Sorente - Jornal A Cidade de Barretos/SP)