Acusado de matar Kelly Cadamuro é espancado por detentos do presídio de Frutal

Jonathan Prado sofreu corte no supercílio e foi transferido para cela isolada em unidade prisional de Frutal (MG).

Por Portal Notícias Colômbia SP em 05/11/2017 às 03:00:00 - Atualizado há
Acusado de matar Kelly é espancado por detentos do presídio. - Foto: Samir Alouan/ Rádio 97 FM/Pontal Online

Acusado de matar Kelly é espancado por detentos do presídio. - Foto: Samir Alouan/ Rádio 97 FM/Pontal Online

Detentos do Presídio de Frutal espancam acusado de matar a jovem Kelly Cristina Cadamuro, 22 anos, assassinada na quarta-feira (1), às margens da MG-255. 

Jonathan Pereira do Prado, 33 anos, foi agredido mesmo estando recolhido no seguro (local para onde são levadas pessoas ameaçadas de morte). Por ordem dos detentos, os presidiários que estavam na mesma cela foram obrigados a agredi-lo, sob pena de sofrerem retaliações. Os presos não aceitam Jonathan, que confessou o crime, na cidade.

De acordo com os agentes, detentos de outros presídios da região também são contrários a presença dele em suas unidades. Eles avisaram que se houver transferência vai haver rebelião. A saída, segundo o que apuramos, é mantê-lo em uma cela na própria Delegacia de Polícia Civil.

O repórter Samir Alouan conseguiu fazer uma foto de Jonathan com a cabeça enfaixada - indicativo de ele passou por recente procedimento médico. Utilizando um aparelho celular, o jornalista registrou a imagem no instante em que ele aguardava para prestar depoimento sobre o caso.

Segundo Seap - Subsecretaria de Administração Penitenciária, Jhonatan teve um corte no supercílio e precisou ser atendido por uma enfermeira da unidade prisional. Após agressões, ele foi transferido para cela isolada. Ainda de acordo com a Seap, a direção-geral da unidade prisional instaurou um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias e responsabilidades pela agressão. Após a identificação dos agressores, eles passarão pela Comissão Disciplinar e sofrerão sanções administrativas.

De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), o fato ocorreu na noite desta sexta-feira (3).

A Secretaria não soube informar quantos foram os presos que agrediram Jonathan.

Polícia ouve namorado

A Polícia Civil de Minas Gerais ouviu neste sábado (4) o namorado da vítima, Marcos Antônio da Silva, e voltou a visitar o local onde o corpo da jovem foi encontrado. De acordo com o delegado chefe do 5º Departamento de Polícia Civil, Heli Andrade, foi solicitado que Jonhatan não fosse transferido de presídio para que seja realizada uma reconstituição do crime.

"Seguimos as investigações e hoje continuamos em deligências. Ouvi o namorado da moça que está com o estado emocional muito abalado. Soube da agressão contra o Jonathan e que ele estava bem enfaixado, mas vamos voltar a falar com ele só na próxima semana, quando pretendemos realizar uma reconstituição. Por isso é importante que ele permaneça aqui na nossa região", esclareceu.

Depoimento

O rapaz confessou à Polícia em depoimento ter agredido a radiologista e explicou que a jovem ficou seminua porque a calça saiu das pernas enquanto ele a arrastava para o córrego.

"Ele admitiu ter feito uso do WhatsApp para armar o crime. Após marcar a viagem, ele esperou chegar até um trecho sem movimento da rodovia para pedir que ela parasse o carro para ele urinar", explicou. Ainda de acordo com a Polícia Civil, o homem relatou que, após a vítima estacionar o carro na estrada, ele começou a dar socos no rosto dela.

Quarta Pessoa 

A polícia está em busca de mais uma pessoa que pode estar envolvida no assassinato da vendedora.

O quarto suspeito seria uma  mulher que ligou para o celular da Kelly para pedir carona para viajar de Rio Preto para Itapagipe.

“Foi uma mulher primeiramente que ligou para ela para combinar. Depois ligou um cara para confirmar. Ela esperava que era um casal. Quando chegou no lugar (combinado para a carona) só apareceu o cara. Mesmo assim, ela deu carona para ele", afirma o cunhado de Kelly.

As investigações para descobrir quem é a mulher suspeita estão sendo feitas em conjunto pela delegacia de Frutal, que apura os crimes em parceria com a DIG de Rio Preto.

Prisão preventiva 

O Ministério Público pediu a prisão preventiva do acusado.

Se o pedido for acatado, Jonathan permanecerá recolhido no Presídio de Frutal até seu julgamento. 

Inicialmente, ele responde inquérito pela prática de latrocínio (roubo seguido de morte), mas não é descartado que também venha a responder por estupro, pois a vítima foi encontrada amarrada e seminua. 

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