A Polícia Civil realizou nesta quarta-feira (8) em Frutal, no Triângulo Mineiro, a reconstituição da morte de Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos. Jonathan Pereira do Prado, de 33 anos, que confessou matar e roubar a jovem, participou do procedimento.
Ele concordou em estar no local com a condição de ter a cabeça coberta por um capuz e também utilizou um colete à prova de balas.
Também participaram da ação representantes da Polícia Civil, da Perícia Criminal, do Ministério Público de Minas Gerais e da Secretaria de Administração Prisional (Seap), além de profissionais da imprensa.
De acordo com o delegado da Polícia Civil em Frutal, Bruno Giovanini, está descartada a hipótese de outra pessoa ter participado do crime. Em relação ao suposto estupro, essa possibilidade ainda está sendo investigada, embora o criminoso negue. Pela reconstituição, a polícia concluiu que Kelly foi morta durante o trajeto até o local onde o corpo foi encontrado.
“Desde o momento em que realizamos a prisão nós colhemos provas, e a reconstituição foi necessária para confirmar a linha de investigação. Sobre o estupro, Jonathan se manteve firme em negar, mas a versão dele é só uma parte de um todo e tem vários elementos que contrapõem o que ele diz. Vamos analisar com calma as provas e confirmar se teve ou não o crime sexual”, afirmou Giovanini.
O delegado também informou que foi possível esclarecer a forma como a jovem foi morta.
“Hoje, pela reconstituição, percebemos que ela não morreu por afogamento, ela foi morta antes de o corpo ter sido jogado na água. Ela foi estrangulada no caminho próximo onde ele deixou o corpo. Em relação a outros envolvidos, Jonathan agiu sozinho, os outros dois presos foram somente receptadores [de itens roubados].”
A polícia deve encerrar o inquérito e enviá-lo ao Ministério Público. Jonathan poderá responder pelos crimes de latrocínio e crime sexual caso seja confirmado o abuso, entre outros.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, na reconstituição o investigado contou detalhes sobre as agressões e a morte de Kelly.
"Ele foi muito cruel, disse que ficou nervoso e que deu socos e cotoveladas sempre que via que ela estava com algum sinal de vida. Ele colocou ela no banco de trás do carro, amarrou os braços e o pescoço dela e a arrastou por cerca de 30 metros", disse o delegado.
O delegado pretende ao longo desta semana ouvir diversas testemunhas, entre eles, integrantes do grupo de caronas do qual a jovem fazia parte. Como trata-se investigação com "réu preso", a Polícia Civil tem 10 dias para concluir o inquérito.
G1 Triângulo Mineiro