A inspetora de pragas Ana Paula Alves, moradora de Planura, procurou pela redação do Jornal Correio para se queixar de um possível erro médico que vem lhe causando sérias dificuldades. Ela conta que convive com problemas de saúde a partir de outubro de 2017, quando fez uma cirurgia para retirada do útero em que havia o diagnóstico de um mioma uterino, com a necessidade de retirar o órgão para eliminar a hemorragia. Ela aponta que, após a cirurgia, ficou sem controle do ato de urinar e precisou usar fralda.
“Preciso esperar pelo SUS e essa espera é difícil, pois não aguento mais esse sofrimento de usar fralda e ter de parar a vida.”
Após retornar duas vezes ao médico que fez a cirurgia e que disse que a perda de controle da urina seria normal, ela passou a precisar fazer o uso de fralda e não pode mais sair de casa com tranquilidade. Ana Paula conta que começou a ter esses problemas depois que foi diagnosticada em Planura e encaminhada ao médico Paulo César Barbosa Castro em Frutal, onde fez exames e passou por uma cirurgia no Hospital Frei Gabriel.
Depois disso, ela aponta que procurou outro médico e fez exames que permitem apontar que, durante a cirurgia, aconteceu a perfuração do canal da uretra. “Os remédios não resolveram e, em retorno ao médico que fez a cirurgia, ele disse que eu deveria perder peso e que a ocorrência seria normal e deveria parar em breve. Mas isso não aconteceu.”
Como o medicamento receitado não fez efeitos, ela fez uma consulta a outro médico em Planura, que recomendou exame, onde este foi feito após conseguir a arrecadação por meio de um grupo WhatsApp, organizado para reunir o custo do exame, de R$.520,00. Após esse diagnóstico, ela conta que não voltou a consultar o médico em Frutal depois que foi revelada a perfuração do canal da uretra, que ela acredita ter acontecido durante a cirurgia. Segundo Ana Paula, urologista em Uberaba confirmou a perfuração solicitou mais dois exames, um deles agendado pela rede pública para o dia 22 de julho.
Ela reclama que tem passado por uma fase difícil, pois sua vida piorou, já que não pode mais trabalhar como inspetora de pragas de laranja e precisa cuidar dos filhos. “Estou parada sem trabalho e espero um seguro que tenho para receber e também dependo de um laudo médico para buscar auxilio -enfermidade pelo INSS. Minha vida está parada e é só esperar, pois eu não tenho condição de pagar. Preciso esperar pelo SUS e essa espera é difícil, pois não aguento mais esse sofrimento de usar fralda e ter de parar a vida.”
Segundo ela, a Prefeitura de Planura doa três pacotes de fraldas por mês, mas essa quantidade é suficiente apenas para dois dias, por isso faz campanhas e recebe doações. “Quando podia comprar, fazia isso, mas a situação vai se complicando e as pessoas não vão continuar a doar desta forma. Em casa, apenas uma filha trabalha e uma está com um bebê de menos de um mês de idade.”
Ela diz que a Prefeitura de Planura informa que não pode apoiar com uma quantidade maior e a sua esperança é receber um auxílio. “Tudo o que eu quero é que um médico tenha piedade e devolva a minha saúde, para que possa trabalhar e retornar à minha vida normal. Fico somente esperando e passando por essa vida. Só quero que algum médico possa me operar para eu poder voltar à minha vida normal.”
Alô Frutal/Jornal Correio/Hilario Rosa